A China anunciou nesta quarta-feira (17) seus militares vão participar de um exercício militar em conjunto com a Rússia denominado Vostok.

Autor: admin
Data: agosto 18, 2022

Os últimos exercícios de grande escala em Vostok ocorreram em 2018, e quase 300 mil soldados foram envolvidos; naquele ano, o exército chinês participou pela primeira vez.

China anunciou nesta quarta-feira (17) seus militares vão participar de um exercício militar em conjunto com a Rússia denominado Vostok.

No começo do mês de agosto, houve uma grande controvérsia envolvendo os Estados Unidos e China. A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, visitou Taiwan, o que desagradou o governo chinês, que considera que Taiwan é parte de seu próprio território.

A participação da China nos exercícios “não tem relação com a atual situação internacional e regional”, disse o Ministério de Defesa do país.

Veja neste texto:

  • O que a China diz sobre sua participação nos exercícios militares na Rússia?
  • Por que a China fez exercícios militares após a visita de Pelosi a Taiwan?
  • Qual a relação dos exercícios militares na Rússia com a guerra na Ucrânia?
  • Como a China se posiciona em relação à guerra da Ucrânia?
  • Como foram os últimos exercícios conjuntos?
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Chiina, Xi Jinping, em encontro bilateral em fevereiro de 2022, dias antes da invasão russa à Ucrânia.  — Foto: Alexei Druzhinin/Sputnik/Pool via AP

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Chiina, Xi Jinping, em encontro bilateral em fevereiro de 2022, dias antes da invasão russa à Ucrânia. — Foto: Alexei Druzhinin/Sputnik/Pool via AP

O que a China diz sobre sua participação nos exercícios militares na Rússia?

Os exercícios da China na Rússia fazem parte de um acordo de cooperação anual bilateral, segundo o Ministério da Defesa chinês, e já foram realizados outros anos.

“O objetivo é aprofundar a cooperação prática e amigável com os exércitos dos países participantes, aumentar o nível de colaboração estratégica entre as partes e fortalecer a capacidade de responder a várias ameaças à segurança”, disse a pasta em comunicado.

Além de soldados chineses, tropas da Índia, de Belarus e do Tajiquistão também participarão dos exercícios, que ocorrerão entre 30 de agosto e 5 de setembro.

Por que a China fez exercícios militares após a visita de Pelosi a Taiwan?

China realiza exercícios de disparo de mísseis na costa leste de Taiwan
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China realiza exercícios de disparo de mísseis na costa leste de Taiwan

No dia 4 de agosto as forças armadas chinesas fizeram os maiores exercícios militares com munição real já realizados em torno de Taiwan, informou a televisão estatal chinesa CCTV.

O governo de Taiwan confirmou os exercícios, e disse que Pequim lançou 11 mísseis balísticos perto da ilha. Taipei afirmou ainda que navios da marinha chinesa e aeronaves militares chegaram a cruzar, por alguns instantes, a linha mediana do Estreito de Taiwan, marcação que separa os dois países.

Os exercícios foram uma resposta da China à visita da deputada norte-americana Nancy Pelosi a Taiwan. A viagem, que durou menos de 24 horas, enfureceu Pequim, que considera a ilha parte de seu território.

Em um incidente, cinco dos 11 mísseis balísticos lançados pela China atingiram o mar do Japão.

Qual a relação dos exercícios militares na Rússia com a guerra na Ucrânia?

A Rússia invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro deste ano. O governo da China se manteve neutro em relação ao conflito, diferentemente dos países do Ocidente, que criticaram a ação russo a impuseram sanções.

O exercício Vostok é realizado no leste da Rússia, e o front da Ucrânia é do outro lado do país. Aparentemente, os russos pretendem sinalizar que o país continua focado na defesa de todo o seu território e ainda é capaz, em termos militares, de realizar suas atividades rotineiras.

Mas isso pode ser difícil, dadas as perdas de homens e equipamentos na Ucrânia (incluindo tropas e equipamentos enviados para lá do distrito militar oriental, onde os jogos de guerra ocorrerão).

Mathieu Boulegue, especialista militar do centro de estudos Chatham House, de Londres, afirma que muitas tropas e equipamentos do distrito militar oriental já foram empregados e perdidos ou mortos na Ucrânia desde fevereiro.

Em um comunicado, o Ministério da Defesa enfatizou que sua capacidade de realizar esses exercícios não foi afetada pela guerra (os russos usam a expressão “operação militar especial” na Ucrânia).

Ele disse que a Rússia não cancelou nenhuma atividade de treinamento ou cooperação internacional, e que os exercícios vão ter a participação de todo o pessoal, armas e equipamentos necessários.

“Chamamos sua atenção para o fato de que apenas uma parte das Forças Armadas da Federação Russa está envolvida na operação militar especial (na Ucrânia), cujo número é suficiente para cumprir todas as tarefas estabelecidas pelo Comandante Supremo- chefe”, diz o comunicado.

FONTE:G1