Finlândia e Suécia discutem entrada na aliança militar do Ocidente

Autor: admin
Data: abril 14, 2022

A invasão da Ucrânia pode precipitar a entrada das duas nações europeias militarmente neutras na Otan.

A invasão da Ucrânia pode precipitar a entrada de duas nações europeias militarmente neutras na aliança militar do Ocidente. As primeiras-ministras da Finlândia e da Suécia discutiram este assunto nesta quarta-feira (13) em Estocolmo.

As duas primeiras-ministras representam a maioria. Elas chegaram no encontro sabendo que as populações da Finlândia e da Suécia agora preferiam entrar na Otan.

Não faz muito tempo, os dois países achavam que a neutralidade era o melhor para paz. Sanna Marin contou que a guerra na Ucrânia balançou essa percepção. A primeira-ministra explicou que a Finlândia está de “mãos dadas com a Otan desde a anexação ilegal da Crimeia”. Mas agora ficou clara a diferença entre ser um aliado e ser um parceiro. Ela avisou que a decisão sobre a candidatura sai em semanas.

A primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, disse que ela vai tomar uma decisão com a oposição em maio. O governo sueco deixou claro que a eventual adesão seria uma reação; que a Rússia criou o problema.

Há quase 200 anos, a Suécia não entra em uma guerra. A última vez foi com os russos. A Finlândia idem. O país perdeu território para Rússia na Segunda Guerra. Os dois países dividem 1,3 mil km de fronteira. E se aceitasse os finlandeses, a Otan dobraria a linha de contato com a Rússia.

aliança militar do Ocidente se apresenta como uma aliança defensiva, baseada no poder de dissuasão. Porque todos os aliados precisam concordar em defender os outros em caso de agressão. É um pouco como o lema dos Mosqueteiros: um por todos, e todos por um.

aliança militar do Ocidente surgiu em 1949 com 12 aliados. E já na primeira década teve três adesões. A União Soviética respondeu com o Pacto de Varsóvia: uma aliança militar de países comunistas. Houve mais duas adesões na Otan antes do fim da União Soviética, em 1991. Vladimir Putin já chamou o colapso soviético de “a maior catástrofe geopolítica do século”.

Hoje, o presidente russo chefia o Conselho de Segurança da Rússia. Mas em março de 1999, ele estava sentado numa dessas outras cadeiras. Putin já tinha poder quando três antigos países comunistas viraram a casaca. Tanto que dali a cinco meses ele virou o primeiro-ministro.

Mas a dor maior foi cinco anos depois. Putin já era o presidente quando a aliança abraçou sete países de uma só vez. E três deles eram da União Soviética: EstôniaLetônia e Lituânia. Os bálticos fizeram da Otan vizinha do inimigo. Outros quatro países ainda entraram depois.

Ucrânia foi para fila em 2008. Putin então cozinhou o rancor em fogo baixo por 14 anos. A expansão da Otan foi um dos argumentos para a Rússia invadir os vizinhos.

É provável que as adesões de Suécia e Finlândia ofendessem a Ucrânia, que literalmente batalhou para virar uma aliada.

Mas a especialista Rachel Rizzo, do Atlantic Council, explicou que os dois países nórdicos compartilham inteligência e fazem exercícios há muito tempo com a Otan.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, avisou que a entrada da Finlândia e da Suécia poderia acontecer rápido. A aliança discutiu as adesões na última reunião.

O governo russo alertou que a entrada da Finlândia e da Suécia na aliança militar seria uma ameaça direta à Rússia. O porta-voz deixou claro que a Europa não teria estabilidade. O Kremlin avisou que teria que “reequilibrar a situação” à maneira russa

FONTE:G1