MP de SP propõe que Gabigol pague 100 salários mínimos para não ser processado por descumprir quarentena

Autor: admin
Data: março 19, 2021

Jogador do Flamengo foi flagrado em cassino clandestino; decreto em SP proíbe aglomerações contra Covid-19. Promotora pediu à Polícia Civil investigação sobre possível lavagem de dinheiro no local.

O Ministério Público de São Paulo propôs que o jogador do Flamengo Gabigol pague 100 salários mínimos ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente em troca da extinção do processo a que ele poderia responder por ter sido detido em um cassino clandestino de luxo e descumprindo as regras de isolamento social para conter a Covid-19.

A proposta foi feita pela promotora Regiane Vinche Zampar Guimarães Pereira e ainda será analisada pelo Juizado Especial Criminal (Jecrim) do Foro Central da Capital de São Paulo. O G1 pediu a posição da assessoria de imprensa do jogador, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.

Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, o jogador disse que foi ao cassino convidado por amigos para jantar e que só joga videogame. Ele reconheceu que faltou “sensibilidade” ao ir ao local.

Se o jogador aceitar a proposta de transação penal, ele não responderá a um processo, já que é investigado em um procedimento instaurado no Jecrim pela contravenção de jogo de azar e pelo crime de infração a medida sanitária preventiva, cuja pena é de um mês a um ano de detenção, além de multa.

Além de Gabigol, aproximadamente 150 pessoas foram encontradas em uma operação policial no cassino de luxo na Zona Sul. Entre os frequentadores estavam ainda MC Gui, cujo caso ainda será analisado pelo MP, já que a promotora pediu a certidão de antecedentes criminais do funkeiro para verificar se ele é réu primário e poderia receber alguma proposta de transação penal.

No envio ao juiz, a promotora pediu ainda a instauração de um inquérito à Polícia Civil para apurar possível lavagem de dinheiro no cassino e “sugeriu” quebra de sigilo bancário das atividades empresariais no local.

Gabigol e MC Gui foram detidos na madrugada de domingo passado em um cassino descoberto após uma denúncia anônima durante uma operação de diversas autoridades para tentar impedir o fluxo de pessoas nas ruas de São Paulo. Um decreto do governo estadual proíbe aglomerações, abertura de restaurantes à noite e eventos fechados durante a pandemia de coronavírus. Além disso, jogos de azar são proibidos há 75 anos no país.

Já MC GUi se manifestou em nota após o ocorrido, alegando que o local onde estava era uma casa de poker que foi fechada pela Vigilância Sanitária em decorrência de decretação de fechamento de locais públicos.

Vídeos da operação conjunta envolvendo Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana (GCM), Vigilância Sanitária e subprefeitura da região mostram o jogador de futebol do Flamengo, de 24 anos, e o cantor de funk, de 22, deixando o local, uma casa de jogos no Itaim Bibi, mascarados, direto para uma delegacia.

Em entrevista ao Fantástico, ainda no domingo, o atleta afirmou que foi convidado por amigos para jantar e que não imaginava ser um evento grande. Ele reconheceu que faltou “sensibilidade”.

Na delegacia, o jogador, o cantor e mais de 50 pessoas assinaram um Termo Circunstanciado (TC), registro policial para casos de menor potencial ofensivo, pelo crime de infração de medida sanitária preventiva e foram liberados em seguida após serem autuados.

Como a irregularidade que cometeram não são consideradas tão graves, todos terão de passar pelo Juizado Especial Criminal. As demais pessoas que estavam no cassino e não foram à delegacia também responderão pelo mesmo crime.

Gabigol se reapresenta ao Flamengo depois de ser flagrado em cassino clandestino

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Gabigol se reapresenta ao Flamengo depois de ser flagrado em cassino clandestino

O caso

Segundo as autoridades, o luxuoso cassino clandestino funcionava no quarto andar de um prédio de seis andares na Rua Alvorada, área nobre da região Sul da cidade. Dentro do local, as equipes encontraram frequentadores, muitos deles sem máscaras, que são de uso obrigatório, bebendo e participando de apostas em dinheiro em jogos de azar.

“Total falta de respeito dos participantes do evento, que, sem qualquer empatia ao próximo, se aglomeravam atingindo de modo veemente a saúde da coletividade”, informa trecho do Termo Circunstanciado que cada um dos detidos teve de assinar antes de ser liberado pela polícia.

Das mais de 50 pessoas que foram levadas à delegacia, duas delas eram menores de 18 anos (dois adolescentes, com 15 e 17 anos). Doze mulheres que estavam no cassino também foram detidas.

Segundo a investigação, com ele foram apreendidos três computadores usados para jogos de azar, uma máquina de contar cédulas de dinheiro, 15 máquinas para pagamento com cartões bancários e R$ 2.300.

FONTE:G1