O que se sabe e o que falta saber sobre o caso do PM morto após atirar contra policiais em Salvador

Autor: admin
Data: março 30, 2021

Wesley Góes, de 38 anos, portava um fuzil com cinco cartuchos de munições e um revólver com 33 munições quando começou a atirar para o alto no Farol da Barra. Policiais tentaram negociar por mais de 3 horas, mas atiraram nele após serem alvo dos disparos.

O policial militar Wesley Soares Góes, de 38 anos, morreu depois de ser baleado pela PM após atirar contra policiais no domingo (28) na região do Farol da Barra, em Salvador.

O policial havia saído de Itacaré, cidade a 270 quilômetros ao sul de Salvador, do batalhão onde era alocado. Ele portava um fuzil com cinco cartuchos de munições e um revólver com 33 munições. Ao chegar em um dos principais pontos turísticos da capital baiana, começou a atirar pra cima. Ele também estava com outra arma, que era de uso pessoal.

Vídeo mostra PM na Barra antes de ser baleado

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Vídeo mostra PM na Barra antes de ser baleado

Entenda o que ocorreu ponto a ponto

  • Quando Wesley Góes chegou ao Farol da Barra, os policiais que estavam no local perceberam que o PM estava descontrolado e se dirigiram até ele, segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
  • Durante a abordagem, o policial fez disparos para o alto e gritou palavras de ordem. Ele estava com o rosto pintado de verde e amarelo.
  • A polícia isolou o local e iniciou uma negociação, que durou mais de três horas.
  • Durante as tratativas, Wesley arremessou bicicletas de banhistas e atirou isopores de ambulantes no mar. Ele chegou a empurrar motos de PMs e uma viatura.
  • Familiares do soldado foram chamados para ajudar na negociação. Eles foram ao local de helicóptero, mas não chegaram a tempo.
  • Por volta das 18h30, o soldado fez uma contagem regressiva e atirou ao menos dez vezes contra o Bope, que atirou de volta e baleou o soldado. Wesley chegou a ser levado para o Hospital Geral do Estado (HGE).
  • morte do policial foi confirmada por volta das 23h.
  • O corpo de Wesley foi enterrado sob muita comoção, aplausos e uma homenagem feita por colegas militares, familiares e amigos com fogos de artifício, na segunda-feira (29), em Itabuna, no sul da Bahia.

O que falta saber

  • Ainda não se sabe se o policial agiu sozinho ou com a ajuda de alguém.
  • A SSP-BA não informou se o ato teve algum tipo de motivação política.
  • Não foi informado que linha de investigação a polícia deverá seguir sobre o caso.
  • Não se sabe se alguém que fazia patrulha no local poderá ser punido.
  • Ainda não há detalhes do que poderia ter causado o “possível surto” no policial.
  • Durante coletiva na segunda-feira, o comandante-geral da PM, Paulo Coutinho, disse que o revide dos policiais faz parte da doutrina de “gerenciamento de crise usado no mundo”; o comandante, no entanto, não deu detalhes de como seria esse gerenciamento.

Quem era o soldado Wesley

Policial militar que 'surtou' e disparou tiros para cima na região do Farol da Barra, em Salvador era lotado na 72ª CIPM — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Policial militar que ‘surtou’ e disparou tiros para cima na região do Farol da Barra, em Salvador era lotado na 72ª CIPM — Foto: Reprodução / Redes Sociais

O soldado Wesley Góes trabalhava na 72ª CIPM, em Itacaré, no sul da Bahia. Ele estava noivo e morava na cidade onde trabalhava.

Segundo a amiga e vizinha de Wesley, Daniela Pereira, ele era conhecido por ser uma pessoa alegre.

“Wesley sempre foi um cara muito do bem, muito família, muito alegre, adorava as crianças e desde sempre foi essa pessoa. Amável, amigável, dócil. E a dor é grande demais, sentimento de perda”. disse a amiga.

Outro amigo do soldado, Bruno Araújo também lembrou da personalidade alegre do policial e se recordou de que ele ficou muito feliz em ter passado no concurso da Polícia Militar, em 2008.

De acordo com a Polícia Militar, em 13 anos de serviço, Wesley nunca apresentou comportamentos que sugerissem problemas psicológicos.

Repercussão

FONTE:G1