Brasil registra 915 mortes por Covid-19 e passa de 182 mil; 18 estados e o DF estão com tendência de alta

Autor: admin
Data: dezembro 16, 2020

Cenário apresentado por pesquisadores na revista científica “The BMJ” considera a hipótese de que todas as empresas terão sucesso em seus estudos e conseguirão cumprir produção prevista.

Um estudo publicado nesta terça-feira (15) na revista científica “The BMJ” coloca em números o desafio de garantir acesso às vacinas contra a Covid-19 e sinaliza que, mesmo em um cenário otimista, a produção de imunizantes já prevista deixará, ao menos, um quarto da população mundial sem vacinas até meados de 2022.

Apesar dessa previsão, os pesquisadores Anthony D. So e Joshua Woo, da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, alertam que a projeção está baseada na hipótese de que todos os desenvolvedores terão sucesso nos testes e conseguirão manter o ritmo de produção.

E para que “apenas” um quarto da população mundial fique na fila para ser atendida com a produção prometida para a partir de 2022 é preciso que, além do sucesso nos testes, fabricação e distribuição, países que fizeram reserva de doses acima da quantidade necessária para a sua população redistribuam estoques.

Encomendas já feitas

Até 15 de novembro, os países reservaram um total de 7,48 bilhões de doses. Considerando que a maioria das vacinas precisa de duas doses, o total é suficiente para imunizar 3,76 bilhões das cerca de 7,5 bilhões de pessoas na população mundial.

Anthony D. So e Joshua Woo explicam que os compromissos de compra reunidos pelos pesquisadores foram assinados com 13 empresas desenvolvedoras, de um total de 48 vacinas candidatas em testes clínicos (veja tabela abaixo).

Um total de 51% dessas doses serão destinadas a países de alta renda, que concentram 14% da população mundial, de acordo com os pesquisadores.

De acordo com os pesquisadores, se todas as vacinas candidatas tiverem sucesso, a capacidade total de produção pode ser suficiente para imunizar 5,96 bilhões de pessoas até o fim de 2021, com os preços oscilando entre US$ 6 (£4.50; €4.90) a US$ 74 para cada pessoa imunizada.

Total de vacinas em produção

EmpresaFaixa de preço por imunizaçãoTotal de doses comprometidas
AstraZeneca/Oxford UniversityUS$ 6 -US$ 83,221 bilhões
Pfizer/BioNTechUS$ 37 – US$ 39522,4 milhões
CanSinoNão divulgado35 milhões
Gamaleya Research InstituteNão divulgado349 milhões
Johnson & Johnson/JanssenUS$ 20368 milhões
MedicagoNão divulgado76 milhões
ModernaUS$ 30- US$ 74295,500 milhões
NovavaxUS$ 6 – US$ 321,626 bilhão
SinoVacNão divulgado120 milhões
CureVacUS$ 24225 milhões
Sanofi/GSKUS$ 42532 milhões
University of Queensland/CSLNão divulgado51 milhões
ValnevaNão divulgado60 milhões

Fonte: The BMJ

De acordo com o estudo, até 40% das imunizações podem potencialmente ficar com países de baixa e alta renda. Entretanto, a taxa dependerá, ao menos em parte, de como os países ricos compartilharão suas encomendas e se EUA e Rússia participarão dos esforços globais.

“O estudo mostra um cenário de como os países ricos asseguraram suprimentos futuros de vacina contra a Covid-19, mas o acesso para o resto do mundo é incerto”, escrevem os pesquisadores.

“Governos e empresas poderiam fornecer garantias necessárias para distribuição equitativa das vacinas com mais transparência e prestação de contas sobre esses arranjos.” Os pesquisadores mostram que alguns países, como o Canadá, conseguiram reservar vacinas suficientes para vacinar quase cinco vezes a população do país.

Total de vacinas encomendadas pelos países em comparação com o total per capta da população mostra que o Canadá tem quase o total necessário para vacinar sua população cinco vezes. — Foto: Reprodução/The BMJ

Total de vacinas encomendadas pelos países em comparação com o total per capta da população mostra que o Canadá tem quase o total necessário para vacinar sua população cinco vezes. — Foto: Reprodução/The BMJ

Situação no Brasil

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, diz que o Brasil tem 300 milhões de doses de vacinas asseguradas, à espera da conclusão dos testes e de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Como são vacinas que exigem duas doses, o total atenderia cerca de 150 milhões de pessoas (cerca de 70% da população).

Dessas 300 milhões de doses, segundo o ministro, 260,4 milhões são do laboratório AstraZeneca e da Fundação Oswaldo Cruz (100,4 milhões no primeiro semestre e 160 milhões no segundo) e 42,5 milhões de doses do consórcio internacional Covax-Facility.

O Brasil ainda avalia comprar 70 milhões de doses da farmacêutica Pfizer.

O governo federal não cita em seu planejamento a CoronaVac, da chinesa Sinovac e que tem parceria com o Instituto Butantan. São 46 milhões de doses previstas.

A estimativa do governo é executar a campanha de vacinação em 16 meses a partir da aprovação das vacinas.

FONTE: G1