Empresário reenvasava parte do oxigênio hospitalar para um recipiente menor e comercializava o cilindro grande, mas com menos quantidade do que deveria ser vendido, segundo as investigações.
Um empresário, dono de uma oficina de motos, foi preso em flagrante nesta sexta-feira (12) em Pentecoste, no Ceará, por suspeita de fornecer oxigênio alterado e, possivelmente, adulterado para várias unidades hospitalares da região do Vale do Curu, no sertão central.
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De acordo com as investigações, o proprietário do estabelecimento reenvasava parte do oxigênio hospitalar para um recipiente menor e comercializava o cilindro grande, mas com menos quantidade do que deveria ser vendido.
Segundo o Ministério Público, durante a ação realizada em conjunto com a Polícia Civil, ao chegar no local havia uma ambulância aguardando a entrega de vários cilindros que seriam transportados e utilizados no hospital do município de General Sampaio. Conforme os investigadores, a manipulação inadequada do produto, em desacordo com regras sanitárias, oferecia risco de explosão no ambiente e contaminação dos recipientes.
Sem tratamento adequado
22 cilindros foram apreendidos na oficina localizada em Pentecoste, interior do Ceará — Foto: Divulgação/MPCE/Polícia Civil
O promotor de Justiça Jairo Pequeno Neto aponta que “a conduta do comércio investigado é um crime contra a saúde pública e pode ter colocado em risco a vida de várias pessoas da região, especialmente pacientes que precisavam de oxigênio, já que há fortes indícios de que os cilindros não receberam o tratamento adequado de esterilização e podem ter sido vendidos contaminados”.
O MPCE informou que vai investigar os contratos entre os municípios da região e o empresário para identificar os setores públicos que foram abastecidos com o material, além de outras possíveis irregularidades, como a origem dos cilindros, que em primeira análise não apresentaram informações nos lacres, causando suspeitas de clandestinidade.
A polícia contabilizou no local 22 cilindros vazios que armazenavam o total de 204 metros cúbicos de oxigênio, além de outros 9 cilindros cheios, que possivelmente sofreriam o processo de alteração. O empresário foi autuado em flagrante na Delegacia de Pentecoste por falsificar produto destinado a fins medicinais, no artigo 273 do Código Penal.
FONTE:G1