Pentágono confirma ‘várias vítimas’ e governo da Rússia fala em 13 mortos e 15 feridos. Mais cedo, EUA, Reino Unido e Austrália alertaram para risco ‘iminente’ de atentado terrorista no local.
Ao menos duas explosões deixaram várias vítimas no aeroporto internacional de Cabul, capital do Afeganistão nesta quinta-feira (26). Mais cedo, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália alertaram para o risco de um atentado “iminente” no local (veja mais abaixo).
O Pentágono confirma “pelo menos” duas explosões e que há “várias vítimas”, sem dizer quantas nem se são mortos ou feridos. Ainda não há informações oficiais se foi um atentado terrorista.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia divulgou a primeira contagem oficial de vítimas: 13 mortos e 15 feridos. A Reuters fala em ao menos 13 óbitos e a rede de televisão Al Jazeera, em ao menos dez. O “The Wall Street Journal” diz que fuzileiros navais americanos ficaram feridos.
Duas fontes do governo americano disseram à agência de notícias Reuters que uma das explosões parece ter sido um ataque suicida causado por uma bomba.
“Podemos confirmar que a explosão no portão da Abadia foi o resultado de um ataque complexo que resultou em várias vítimas americanas e civis”, afirmou o porta-voz do Pentágono, John Kirby. “Podemos confirmar pelo menos uma outra explosão no hotel Baron ou próximo a ele, a uma curta distância do portão da Abadia. Continuaremos atualizando”.
VÍDEO: Vítimas de explosão no aeroporto de Cabul chegam a hospital
O aeroporto internacional Hamid Karzai é a única porta de saída do país para milhares de estrangeiros e afegãos que tentam, desesperados, embarcar nos voos de retirada organizados pelos países ocidentais (veja mais abaixo).
Risco ‘iminente’ de atentado
O presidente dos EUA, Joe Biden, foi informado sobre o possível ataque durante uma reunião com autoridades de segurança sobre a situação no Afeganistão, segundo a Reuters.
Mais cedo, EUA, Reino Unido e Austrália alertaram para o risco de um atentado “iminente” no local e pediram a seus cidadãos que abandonassem imediatamente a área do aeroporto devido a uma ameaça terrorista (veja no vídeo abaixo).
“As informações obtidas ao longo da semana são cada vez mais sérias e fazem referência a uma ameaça iminente e grave”, afirmou mais cedo o secretário de Estado britânico das Forças Armadas, James Heappey. “É uma ameaça muito séria, muito iminente”.
Entre as ameaças estavam um possível ataque do Estado Islâmico (veja mais no fim do texto).
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Afeganistão: mesmo com ameaça terrorista, multidão permanece no aeroporto de Cabul
Única porta de saída
O aeroporto internacional Hamid Karzai é a única porta de saída do país para estrangeiros e afegãos. Quase 90 mil pessoas já foram retiradas desde que o Talibã retomou o poder, em 15 de agosto, mas uma multidão ainda se aglomera dentro e ao redor do local, inclusive em valas (veja no vídeo abaixo).
Segundo o jornal “The New York Times”, ao menos 250 mil afegãos que trabalharam para os EUA ainda não foram retirados do país — e o atual ritmo de evacuação não é suficiente para retirar todo mundo até terça-feira (31).
A data limite foi estipulada pelo presidente americano, Joe Biden, no começo de julho, que recusou os pedidos de aliados para adiar a saída definitiva do Afeganistão. O Talibã disse , reiteradas vezes, que não aceitaria a prorrogação do prazo.
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VÍDEO: Pessoas em vala tentam embarcar em um dos aviões que saem de Cabul, no Afeganistão
Ameaça do Estado Islâmico
Entre os motivos apontados por Biden para negar o pedido estava a “aguda” ameaça terrorista do braço regional do grupo terrorista Estado Islâmico, responsável por alguns dos ataques mais violentos no Afeganistão e no Paquistão nos últimos anos.
O grupo terrorista matou civis nos dois países em mesquitas, santuários, praças e até hospitais, além de ter executado ataques contra muçulmanos de alas que considera hereges, incluindo os xiitas.
“A cada dia, as operações suscitam um risco suplementar para nossas tropas”, disse o presidente americano, citando a probabilidade de um atentado do Estado Islâmico em Cabul. “O inimigo número 1 dos talibãs visa o aeroporto para atacar as forças americanas e aliadas, bem como civis inocentes”.
Embora o Estado Islâmico e o Talibã sejam sunitas radicais, os dois grupos extremistas são rivais.
O Estado Islâmico criticou o acordo de paz entre EUA e Talibã assinado em 2020, que estabeleceu as diretrizes para a retirada das tropas estrangeiras, e acusou os talibãs de abandonar a causa jihadista.
FONTE; G1