Francisca Caeatano Henrique, o pai e uma neta moram na zona rural do município de Pedra Branca.
O sentimento de gratidão circula entre todos os filhos, netos, bisnetos e até tatarento de Francisco Henrique de Lima, de 102 anos, que foi vacinado na sexta-feira (5), em Pedra Branca, interior do Ceará. O idoso só conseguiu a primeira dose quando uma enfermeira colocou pedras na estrada que dá acesso à região onde ele mora, para que o carro da equipe de saúde conseguisse subir.
“Eu fiquei com dó quando a enfermeira chegou aqui. Ela vinha muito atarentada [bagunçada, no Ceará]. A ladeira perto aqui da nossa casa tem muito bico de pedra, aí tinha chovido, então o carro subia um pouco mas voltava. Aí elas colocaram pedra, calçaram, e graças a Deus, chegaram aqui e vacinaram. Tiraram até foto com o papai. Foi uma beleza. Fiquei muito grata com o trabalho delas”, comenta Francisca Caeatano Henrique, uma das seis filhas de Francisco.
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A enfermeira Ana Kalini trabalha em Pedra Branca, no Ceará, há seis anos.
“Quando elas chegaram aqui para dar a vacina, ele já estava até com a blusa abaixada”, relembra Francisca. O idoso e a filha moram ainda com Mayara Oliveira, uma das netas de Francisca. Mayara ajuda a avó a cuidar de Francisco, que perdeu a visão há 20 anos devido ao glaucoma que sofreu. Os três moram no Sítio São José, na zona rural de Pedra Branca.
Francisco Henrique, Francisca e Mayara em Pedra Branca, no Ceará. — Foto: Arquivo pessoal
Em relação à vacinação do pai, ela revela que, além da gratidão, a expectativa pela segunda dose também é compartilhada na família. “Ficou todo mundo satisfeito. Meu pai até perguntou ‘quando é que vem de novo a vacina?’. Meu irmão passou aqui também para conversar com ele, e disse que daqui a um mês a vacina vem de novo”, revela Francisca,
Francisca é aposentada, tem 74 anos e também espera a primeira dose para ela. “Estou doida para receber, doida para me darem essa vacina. Tudo que eu mais quero”, destaca a filha de Francisco.
Francisca revelou que a equipe de saúde constantemente visita a casa para conferir como está a saúde do idoso. E também comentou que o problema da estrada é comum para todos que precisavam sair ou chegar na localidade. “Tem uma grota que cria uma água, aí o carro quando vai fazer força para subir, atola por conta da lama. É muito ruim de subir. É um problema da região, é perigoso”, comenta.
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Francisca comentou ainda a repercussão da família quando viu a foto de Francisco e da equipe de saúde no G1 em 1 minuto, no programa É de Casa. “A minha filha chorou tanto quando viu. Ligou chorando porque tinha visto o vô passando. Porque ela mora longe, aí quando viu, ficou emocionada”, revela Francisca, sobre a reação de uma filha que mora em São Paulo.