Litro da gasolina no Ceará chega a R$ 7,10, segundo preço mais alto do Nordeste e 5º do Brasil

Autor: admin
Data: outubro 24, 2021

O valor mais alto do estado é de um posto de combustível em Crateús. No Brasil, o preço máximo do combustível cearense fica atrás apenas do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Acre e Piauí.

O preço máximo da gasolina no Ceará chegou aos R$ 7,100, segundo pesquisa divulgada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O valor do litro do combustível é o segundo mais alto do Nordeste e quinto no País. No ranking da carestia no Nordeste, o estado só perde para o Piauí, que se encontra a R$ 7,159.

O levantamento foi feito em 208 postos de combustíveis em cidades do Ceará entre 17 e 23 de outubro e está no site da agência.

O litro mais caro do estado é de um posto em Crateús, no Sertão dos Inhamuns. O preço médio do litro no estado está a R$ 6,599.

No Brasil, o preço máximo do combustível cearense fica atrás apenas do Rio Grande do Sul (R$ 7,469), Rio de Janeiro (R$ 7,399), Acre (R$ 7,300) e Piauí (R$ 7,159).

Preço máximo da gasolina no Brasil

EstadoPreço
Rio Grande do SulR$ 7,469
Rio de JaneiroR$ 7,399
AcreR$ 7,300
PiauíR$ 7,159
CearáR$ 7,100

Fonte: ANP

Inflação para o motorista chega a 18% em 12 meses

Com o preço da gasolina, do gás natural (GNV) e do etanol em alta, a inflação para o motorista no Brasil disparou e já chega a 18,46% no acumulado em 12 meses até outubro, segundo um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). É a maior inflação para esse grupo desde 2000.

Esse aumento passou a consumir boa parte do orçamento dos brasileiros nos últimos meses. A alta também provocou uma enxurrada de reclamações de motoristas de aplicativo, que viram a renda do trabalho diminuir – as principais empresas do setor até anunciaram um aumento no repasse no valor da corrida para os trabalhadores.

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Uma comparação com os índices que medem a inflação cheia para o consumidor reforça como a alta de preços tem sido mais expressiva para o motorista:

  • O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – calculado pelo IBGE – acumula alta de 10,25% até setembro; e
  • O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) – apurado pela FGV – subiu 9,57% nos 12 meses até outubro.

Para calcular a ‘inflação do motorista’, o Ibre levou em conta uma série de itens, além da variação do combustível. No cálculo, estão preço do automóvel novo e usado, gasto com peças e acessórios, seguro, entre outros. Veja abaixo como ficou o índice:

A gasolina, o GNV (Gás Natural Veicular) e o etanol têm sido o principal vilão“, afirma Matheus Peçanha, pesquisador do Ibre a autor do levantamento.

“A gasolina e o GNV têm sido prejudicados pelo barril de petróleo, que tem subido de preço por causa da política da Opep, de reduzir a produção. E há o impacto do câmbio porque a Petrobras reajusta os seus preços com base nessas duas variáveis”, acrescenta Peçanha.

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IPCA tem alta de 1,16% em setembro e atinge 10,25% em 12 meses

Já o preço do etanol acumula uma alta expressiva por causa da crise climática, que prejudicou a produção de cana de açúcar.

Inflação do motorista — Foto: Economia g1

Inflação do motorista — Foto: Economia g1

O motorista sofre ainda com o desarranjo das cadeias de produção por causa da pandemia.

A combinação entre a interrupção das fábricas e a retomada econômica acelerada de boa parte dos países provocou uma escassez de chips no mundo todo e, consequentemente, de peças, o que fez com que várias montadoras fossem obrigadas a interromper a produção de automóveis.

Com esse descompasso, houve uma queda na oferta de veículos novos e, consequentemente, um aumento na procura por carros usados. O resultado foi uma alta de preços generalizada.

“Na esteira provocada pela falta de peças e não ter carro novo para vender, houve uma demanda maior por carro usado”, diz Peçanha. “E essa demanda maior elevou o preço do carro usado. Toda essa conjuntura gerou uma inflação monstruosa ao motorista.”

E o que esperar do futuro?

Na avaliação do pesquisador do Ibre, no ano que vem, o preço da gasolina deve seguir pressionado porque não indicativo de que a Opep decida aumentar a produção para dar conta da demanda, o que poderia levar a uma queda na cotação do barril do petróleo.

O preço dos combustíveis também pode ser pressionado por causa do câmbio. Em 2022, o Brasil vai eleger um novo presidente, e anos eleitorais costumam ser de bastante turbulência no mercado financeiro.

“Em 2022, a gente pode continuar com petróleo e câmbio pressionados, e aí a gasolina vai seguir cara”, afirma Peçanha. “Mas o problema climático, que estava impactando o etanol, já tem melhorado. Então, os preços da cana e, consequentemente, do etanol podem voltar para a normalidade.”

Por fim, o economista ainda avalia que as cadeias de produção devem se normalizar, evitando uma nova alta no preço dos automóveis.

FONTE:G1