Segundo informações da Vara de Audiências de Custódia, o homem foi submetido a uma audiência nesta sexta-feira (2), e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.

O irmão da adolescente de 13 anos que engravidou após ter sido estuprada pelo próprio padrasto em Fortaleza relatou, neste sábado (3), que o homem dopava a mulher dele, mãe da menina, para que ela dormisse e ele, então, pudesse abusar sexualmente da enteada.

Na tarde desta sexta-feira (2), o suspeito foi agredido por familiares e moradores que tentaram linchá-lo em um posto de combustíveis no Bairro Alto da Balança, na capital, após tomarem conhecimento do estupro. A tentativa de linchamento ocorreu após a população tomar conhecimento do estupro da menina. A informação foi confirmada pela Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).

“Minha mãe toma remédio para dormir, porque ela tem síndrome do pânico. Ela chegava do trabalho, já tinha suco feito, comida feita. O suco já tinha o remédio dentro. Ela comendo, chegava a dormir sentada, comendo. E ela falava ‘ave Maria, que sono é esse, vou já dormir’. Ele dopava a minha mãe para ficar mais livre”, contou o irmão da vítima.

O suspeito está preso na Delegacia de Capturas, no Centro de Fortaleza. Segundo informações da Vara de Audiências de Custódia, ele foi submetido a uma audiência nesta sexta-feira (2) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.

Descoberta da gravidez

O irmão da vítima também relatou que a gravidez da adolescente foi descoberta há cerca de dois meses, quando a jovem “estava passando muito mal”. Ele conta que a menina não conseguia se alimentar, que emagreceu e que ela não conseguia beber nem mesmo água. “Minha mãe a levou na UPA, fizeram exames e ela só tomou soro e voltou. Quinze dias depois, foi de novo. Fizeram exame e ‘não é nada, é pedra na vesícula, alguma coisa assim’. Voltou de novo”, afirma o rapaz.

Ele também relata que, como a adolescente continuava passando muito mal, a mãe da menina resolveu levá-la ao hospital infantil Albert Sabin, em Fortaleza, quando a gravidez foi descoberta.

“Chegando lá, fizeram os procedimentos, ela foi falando que estava sentindo enjoo, vomitando, não queria comer nada, fraca, que dava tontura. Aí, foi e a médica conversou e pediu para fazer exame de gravidez. Esse exame saiu, a doutora perguntou se ela tinha algum namoro. Minha mãe disse que não, que ela ficava mais dentro de casa, sendo cuidada justamente por ele. Porque aqui tem internet, e ela fica no youtube. Ai a médica foi e falou ‘pois a sua filha está grávida’. Foi aí que o chão da minha mãe se acabou.

O suspeito de estuprar a própria enteada chegou a ir no hospital com a mulher e a vítima. Mas logo depois, acabou saindo do local. “Ele ficou do lado de fora do hospital. Tanto que quando a minha mãe ligou perguntando onde estava, ele falou que estava numa churrascaria, comendo, que sentiu fome […] Ele ainda levou R$ 450,00 da minha mãe. E uma troca de roupa, por debaixo das roupas dele. Ele saiu com uma verde, e quando minha mãe foi ver ele lá fora, estava com uma branca”, conta.

Emboscada levou a prisão

O suspeito passou cerca de três dias desaparecido e a família estava à procura dele. Foi quando uma irmã da vítima, usando o celular da adolescente que foi estuprada, se passou por ela ligando para o suspeito e marcando um encontro em um posto de combustíveis no Bairro São Cristóvão, em Fortaleza.

“Ai foi meu irmão e minha irmã para lá […] aí foi na hora, quando ele desceu no mototáxi, a minha irmã gritou ‘olha o estuprador, o estuprador na rua’. Aí foi que apareceu a multidão, querendo espancar ele. Aí amarraram ele, o pessoal do posto mesmo. Amarraram, bateram nele ainda”, relata o irmão da vítima.

FONTE: G1