Felipe Santolia, que foi prefeito de Esperantina, no interior do Piauí, fugiu para o litoral de São Paulo ao ser condenado por desvio de dinheiro público e vivia no local com outro nome. Ele só confirmou sua verdadeira identidade após exame de suas digitais.
Após ser condenado em 2019 por desviar mais de R$ 20 milhões dos cofres públicos quando era prefeito de Esperantina, no interior do Piauí, Felipe Santolia desapareceu. No entanto, graças ao Fantástico, que descobriu seu paradeiro, agora ele está atrás das grades.
Usando uma falsa identidade, ele estava vivendo em Caraguatatuba, no litoral de São Paulo, onde se apresentava como Antonio de Lima, mas era conhecido mesmo como Chico Namastê, CEO de um aplicativo que reúne empresas locais.
Reunidos os indícios de que Felipe e Antonio eram realmente a mesma pessoa, após duas semanas de observação, nossa equipe avisou o Departamento de Capturas da Polícia Civil de São Paulo.
As equipes foram ao esconderijo, um sobrado na cidade, mas o ex-prefeito não estava. As buscas, no entanto, seguiram por Caraguatatuba e Santolia foi encontrado no centro da cidade. Como sempre, tentou usar a lábia para não ser preso.
Mauricio Ferraz: O senhor é ex-prefeito?
Felipe Santolia: Não, senhor.
Mauricio Ferraz: De Esperantina?
Felipe Santolia: Não, senhor. O meu irmão foi.
Mauricio Ferraz: Irmão?
Felipe Santolia: Exatamente. Deixa eu te explicar… O meu primo é como se fosse um irmão. Fomos criados juntos.
De volta ao sobrado onde vivia, acompanhado dos policiais, ele apresentou um RG. O documento é falsificado e a impressão digital não é dele; foi tirada da internet.
Até o momento em que era levado preso na viatura, ele continuava negando sua real identidade: “Não menti. Não sou o ex-prefeito. Vou provar isso. Vou só mostrar o quanto que a polícia pode, muitas vezes, se equivocar”.
“Quando eu disse que eu faria a impressão datiloscópica, ele falou que não teria problema desde que eu levasse de volta. É característica de uma pessoa muito fria, né? Ele estava seguro de que nos convenceria. Quando estávamos levando para exame de corpo delito, quando deu positivo, ele dizia: ‘Não sou eu’. Mas depois falamos que ele vai para uma cadeia pública, daí ele falou: ‘Tá. Sou eu'”, relembra Ivalda Aleixo, delegada da divisão de capturas do Dope.
FONTE; G1